MP3 (MPEG Audio Layer-3) é um formato eletrônico que permite ouvir músicas
em computadores, com ótima qualidade. Assim como o LP, o K7 e o
CD, o MP3 vem se fortalecendo como um popular meio de distribuição
de canções. Mas porquê? A questão chave para
entender todo o sucesso do MP3 se baseia no fato de que, antes dele ser
desenvolvido, uma música no computador era armazenada no formato
WAV, que é o formato padrão para arquivo de som em PCs,
chegando a ocupar dezenas de megabytes
em disco. Na média, um minuto de música corresponde a 10
MB para uma gravação de som de 16 bits estéreo com
44.1 KHz, o que resulta numa grande complicação a distribuição
de músicas por computadores, principalmente pela internet. Com
o surgimento do MP3 essa história mudou, pois o formato permite
armazenar músicas no computador sem ocupar muito espaço
e sem tirar a qualidade sonora das canções. Geralmente,
1 minuto de música, corresponde a cerca de 1 MB em MP3.
Sendo assim, não demorou muito para o formato se popularizar e
conseqüentemente, deixar as gravadoras preocupadas com seus lucros.
O MP3 alcançou um sucesso tão grande que quando as gravadoras
se deram conta, o formato já estava presente em milhões
de computadores em todo o mundo.
Como surgiu e o funcionamento do MP3
Em 1987, o IIS (Institut Integrierte Schaltungen),
na Alemanha, juntamente com a Universidade de Erlangen, começou
a trabalhar numa codificação perceptual de áudio
para Digital Audio Broadcasting (Transmissão Digital de Áudio).
Todo o trabalho resultou num algoritmo de compressão de áudio
chamado MPEG Audio Layer-3, que tempos depois ficou conhecido como MP3.
Um dos objetivos da criação deste formato era conseguir
reproduzir som com qualidade de CD com uma taxa de compressão razoável.
Para gravar um CD, a taxa de gravação (bit rate) é
de cerca de 1,4 Megabit por segundo. Em MPEG Audio Layer 1 e 2 (MP1 e
MP2), as taxas são de 348 KB/s e 256-192 KB/s respectivamente.
O MP3 conseguiu abaixar essa taxa para 128 e 112 KB/s. E mesmo com essa
taxa mais baixa, a qualidade sonora foi mantida quase que totalmente.
Isto foi possível graças às técnicas de codificação
perceptual, que não é uma simples compressão de dados,
mas sim, um método que consiste em somente utilizar as freqüências
sonoras que são captadas pelo ouvido humano. Uma vez que um padrão
de freqüência tenha sido definido para a audição
humana, as demais freqüências (que não são captadas
pelo homem) podem ser descartadas, já que não há
razão para gastar espaço ao armazenar esses dados.
Neste ponto você deve ter percebido que as músicas originais
(tanto em CD como nas gravadoras) são diferentes das canções
convertidas para o formato MP3, já que trazem "excesso de
informação". Falando de grosso modo, o que o MP3 faz
é simplesmente "aparar" as músicas, deixando só
o que é útil.
MP3 × Gravadoras
Com toda essa sofisticação e com toda a acessibilidade
proporcionada pela internet, nada mais natural que o MP3 fizesse um grande
sucesso, principalmente após o lançamento de softwares que
funcionam como "tocadores" de MP3, como o pioneiro Winamp. Mas,
até aí, nada havia sido feito pelas gravadoras, até
que a empresa Diamond Multimidia lançou um aparelho (MP3Player)
que permitia ao usuário ouvir seus MP3s onde quisesse, como num
walkman: tratava-se do Rio. O aparelho despertou a fúrias
das gravadoras que logo entrou com processos contra a companhia, sob a
alegação de pirataria. Mas após muitas apelações
(e uma quantia de dinheiro), a Justiça determinou que o Rio não
era um aparelho de gravação digital de áudio, mas
apenas um meio de execução de MP3. Após isso, o mercado
viu (e vê) o lançamento de vários aparelhos compatíveis
com essa tecnologia.
A Era Napster
O
americano Shawn Fanning, desenvolveu um software que permitia aos internautas
compartilharem MP3 pela internet: o Napster. O programa tornou
muito fácil a tarefa de encontrar e baixar MP3 pela rede, pois
possibilitou a formação de um enorme acervo de música
digital. Isso porque o Napster usava um método totalmente diferente.
Não armazenava nada em seus servidores, apenas um índice,
que era necessário para a busca de canções. Uma vez
que alguém tenha encontrado a música desejada, o download
passava a ser feito a partir dos computadores de usuários do serviço
que tenham a música armazenada em seu PC. Ou seja, cada computador
cadastrado no serviço era ao mesmo tempo cliente e servidor.
Como o Napster proporcionou uma facilidade enorme para encontrar MP3,
o serviço logo virou uma verdadeira "febre". A Indústria
Fonográfica começou então, uma série de disputas
judiciais contra o Napster. Inclusive a banda Metallica, com ações
lideradas pelo baterista do grupo, Lars Ulrich, entrou com processos contra
o serviço, assim como o cantor de rap Dr. Dre. Após muitas
batalhas as gravadoras acabaram vencendo o Napster, que teve que tirar
de seu índice todas as canções protegidas por direitos
autorais (ou seja, quase todas as músicas), o que praticamente,
tirou o serviço de funcionamento.
Mesmo com o Napster fora de jogo, outros sucessores apareceram e permitiram
que a troca de músicas entre internautas continuasse.
Programas
Há
vários programas bons para executar MP3, tanto para gravar, ouvir,
ou fazer seu álbum no computador. Um dos mais usados, é
o Winamp, que possui versões gratuitas e pode ser baixado em www.winamp.com.
O programa é compatível com vários formatos e tem
vários recursos. Um deles é a possibilidade de colocar skins
ou peles (efeitos visuais no programa), que podem ser baixado em vários
sites. O programa é leve e bastante intuitivo. Possui um gerenciador
de listas de MP3 muito prático e que facilita a organização
e a execução de faixas.
Para os usuários do sistema operacional Linux, existe um programa
muito semelhante ao Winamp (inclusive nos recursos) que acompanha várias
distribuições: trata-se do XMMS, cujo site é www.xmms.org.
Outros programas como os players de vídeo Windows Media Player
(em versões atuais), o Real Player e o Quick Time, também
executam MP3.
Gravação de MP3
O método de gravação de MP3 mais usado é o que
consiste em colocar um CD de música no computador e, através
de um programa ripper, como o FreeRIP (que pode ser baixado em www.mgshareware.com),
converter as faixas do CD para arquivos MP3. Geralmente isso é feito
da seguinte forma: o programa passa os dados digitais da canção
no formato CD-DA (o formato do CD) e os armazenam num diretório temporário.
Depois, esses dados são convertidos para o formato WAV e, em seguida,
são comprimidos em MP3.
A qualidade sonora resultante depende do software usado, do hardware
da máquina e da configuração escolhida. Pela taxa
padrão de gravação de MP3 (128 Kbits por segundo),
cada minuto de música corresponde à cerca de 1 MB em disco.
Mas essa taxa pode ser alterada, conforme a disponibilidade de recursos
dos softwares de gravação (ripper). Por exemplo, você
pode aumentar essa taxa para 192 Kbits por segundo, o que aumenta a qualidade
sonora, mas conseqüentemente, ocupa mais espaço.
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